
Studio Manasse
Ela Tenta retomar aos poucos sua vida. Esteve presa durante anos em uma redoma...
uma redoma de vidro que conseguiu quebrar ...sim está cortada!
Toda cortada e sangrando, contudo sente alívio.
Sabe que agora poderá fazer o que quiser...
passear, convidar amigos para jantar em casa,
ter uma vida normal sem ser perseguida ou intimada a interrogatórios do “DOI-CODI”.
Livre está e se sente livre pensa ela!
Ingenuamente começa a viver novamente e ser um ser com várias questões reais a solucionar...
de fato se sentia meio "Atlas", o deus grego que segura o mundo nas costas...
São onze e meia da noite, e o celular começa a tocar...
Número confidencial, supra covardia ela pensa! Sua respiração começa a mudar.
Começa a suar, lembra-se que não é fugitiva mas seu cérebro não assimila essa informação...
Pensa no medo, nas discussões, nas ameaça e nos xingamentos que por anos aturou...
chora , começa a ter enxaqueca e os amigos que estão perto a consola...
Ela desliga por um tempo o celular.
Se desconecta do mundo e isso a faz ficar um pouco melhor.
O ser humano é sobre tudo um animal.“Bicho homem” e ela tem pressentimentos que isso não vai acabar bem.
Fareja o perigo da vigia, a obsessão, lembra de momentos terríveis que já passou e tenta enterrar os seus pensamentos mais obscuros. É necessário continuar sua existência.
Ela se afasta dos amigos para poupá-los como uma loba se esconde de um predador se afastando da alcatéia...
liga o celular de novo, faz um teste e o celular as duas da manhã, volta a tocar várias vezes e ela diz “alô”
e ninguém responde.Desligam na cara...
ela quase desmaia sente que o predador “incutiu um GPS em sua nuca” antes de deixá-la ir depois da redoma partida...
o pânico toma conta de seu sangue.
Ela desliga o celular de novo e ouve de um amigo “calma e qualquer coisa liga pra gente”.
Ela respira, respira, mas seu coração bate rápido. Fareja algo estranho no ar.
Uma tragédia está prestes a acontecer... seu corpo não obedece mais
os mandamentos de seu cérebro.
Abatida chora.
Aos prantos toma um banho no escuro, toma um chá no escuro,
pois suas janelas dão para rua e ele não pode saber que ela está...
o medo a cerca 24 horas por dia e as ameaças veladas são contínuas...
Ela reza e tenta retomar a sanidade. Fica um tempo no escuro em posição fetal e depois pensa em ligar e pedir “Pare por Jesus, Maria, José! Não o faz, pois a chamada é confidencial.
Mais uma vez ela não tem como provar e sabe que por não ser filha de desembargador
ou algo assim nenhum juiz vai lhe dar quebra de sigilo de seu número telefônico para descobrir quem a tortura mentalmente... no fundo ela sabe.
Ela sabe e tenta não pensar no pior... no ódio de minutos que de repente pode aflorar do ser que a prendeu na redoma e que pode ter um desfecho muito ruim e que todos que a cercam na verdade temem. Tantos a avisaram...
ela agora só espera a libertação,
o encontro com seus pais e espera ansiosa a redenção...
S.F.
puxa me identifiquei pra caramba com seu rtexto, me adicione no msn netiinho@live.com
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