fonte:http://www.gabeira.com.br/wordpress/2012/10/guaranis-vao-apenas-resistir/
Acabo de voltar a Dourados, depois de uma viagem de 250 quilômetros rumo ao sul, para visitar a aldeia guarani kaiuá de Puelito Kue que apareceu na internet como se estivesse preparando um suicídio coletivo.
A aldeia fica distante uns cem quilômetros do Paraguai e a Justiça Federal de Navirai, Mato Grosso do Sul, determinou sua saída das terras que ocupa. Foi dado ganho de causa à Fazenda Samburá que reinvidica a posse das terras.
São 170 guaranis, 50 homens, 50 mulheres e 70 crianças. Eles me receberam na margem do rio Iowi. Não se pode chegar a eles por terra porque o fazendeiro bloqueou o acesso pela estrada.
O chefe da aldeia, Apycarewu, afirmou que o grupo pretende se defender até à morte, mas não pretende se suicidar.
Fui convidado a visitar a aldeia mas surgiu o problema técnico: como cruzar o rio de mais ou menos 100 metros de largura, sem molhar o equipamento?
A saída foi escolher a câmera menor e amarrá-la dentro do boné de um dos guaranis. Ele foi se escorando num arame estendido entre as margens, inclusive na metade final que era bastante profunda.
Consegui fazer a reportagem na beira do rio e finalmente completei com as imagens do equipamento menor. O rio é relativamente caudaloso mas o sol estava muito quente e atravessá-lo foi um prazer.
Estou preparando a reportagem sobre os guaranis, editando imagens etc. A justiça determinou sua saída mas ainda não executou.
Eles temem pela segurança porque alguns já foram baleados por pistoleiros. Alem disso, se alguém adoecer gravemente será difícil cruzar o rio. Não há balsas infláveis nem canoas na área.
No sábado, devemos mostar a reportagem completa.
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