
Eu fui vítima da liquidez.
Me deixei enganar,
achei que o amor ainda existia
e existe e repito mil vezes
que ele existe dentro de nós
e para que amemos em frames momentos nossos...
egoístas e apenas nossos.
Não caia no erro de amar alguém porque
a perversão está no ar.
Proteja-se...
eu amei e fui espremida como um suco.
Espremeram com o meu consentimento
todo o sumo de juventude que havia.
Sobrou apenas ossos e a espera do Sr. Zé Maria.
Não há tempo para amar o próximo.
Não há motivo para ser humano.
Ame as plantas, as pedras,o vento,
um filme, um momento mas não se engane.
Não há tempo para amar o que há muito
não pode e não quer mais ser amado...
fique na tua!
S.F.
A fonte tá lá embaixo e Zygmunt é rei!
"O sociólogo polonês Zygmunt Bauman declara que vivemos em um tempo que escorre pelas mãos, um tempo líquido em que nada é para persistir. Não há nada tão intenso que consiga permanecer e se tornar verdadeiramente necessário. Tudo é transitório. Não há a observação pausada daquilo que experimentamos, é preciso fotografar, filmar, comentar, curtir, mostrar, comprar e comparar.
O desejo habita a ansiedade e se perde no consumismo imediato. A sociedade está marcada pela ansiedade, reina uma inabilidade de experimentar profundamente o que nos chega, o que importa é poder descrever aos demais o que se está fazendo.
Em tempos de Facebook e Twitter não há desagrados, se não gosto de uma declaração ou um pensamento, deleto, desconecto, bloqueio. Perde-se a profundidade das relações; perde-se a conversa que possibilita a harmonia e também o destoar. Nas relações virtuais não existem discussões que terminem em abraços vivos, as discussões são mudas, distantes. As relações começam ou terminam sem contato algum. Analisamos o outro por suas fotos e frases de efeito. Não existe a troca vivida.
Ao mesmo tempo em que experimentamos um isolamento protetor, vivenciamos uma absoluta exposição. Não há o privado, tudo é desvendado: o que se come, o que se compra; o que nos atormenta e o que nos alegra.
O amor é mais falado do que vivido. Vivemos um tempo de secreta angustia. Filosoficamente a angustia é o sentimento do nada. O corpo se inquieta e a alma sufoca. Há uma vertigem permeando as relações, tudo se torna vacilante, tudo pode ser deletado: o amor e os amigos."
© obvious: http://lounge.obviousmag.org/luciana_chardelli/2014/02/nao-me-delete-por-favor.html?fb_action_ids=438543392942561&fb_action_types=og.likes&fb_source=other_multiline&action_object_map=%7B%22438543392942561%22%3A611443328924131%7D&action_type_map=%7B%22438543392942561%22%3A%22og.likes%22%7D&action_ref_map=%5B%5D#ixzz2vhLSScdY
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