sábado, 19 de julho de 2014

Uma texto Escrito no Buzum…

    me by me S.F.


Uma texto Escrito no Buzum… 
Colocou a calça mais apertada. 
Uma de costura dura no meio de suas pernas. 
Uma calça de listras finas que tinha desde 1996.
Calça esta atochada nos cambitos longos e lânguidos
e mais ainda ali em seu sexo… 
não era calça legging, era calça de zuarte mesmo.
Apesar da grossura do tecido,dava para ver a marca de seu sexo através dela.
Ela sempre andava e parava para puxar porque o cós ficava ali às vezes muito marcado e todos olhavam nas ruas.
Obviamente sentia uma certa vergonha.
Mulheres com ódio, homens com visões de raio x,
e evangélicos se benzendo com a Bíblia quando passava.
Os seus lábios faciais não colaboravam para nenhuma discrição.
Ela era examinada dos pés à cabeça: e tinha consciência que possuía dois lábios.
de todo modo mesmo envergonhada seguia…
a tal calça era confortável, mas é inegável que percebia-se quando o seu sexo pulsava
Se contraía involuntariamente ou não.
Ali naquele ônibus a balançar e aquela costura ..
parecia uma adolescente a sentir prazer pelas primeiras vezes
e sensações da vida.
Era o balançar de um fim de jogo tenso e chato.
Um jogo que no fim inspira sexo internacional nas esquinas da cidade maravilhosa…
nas praias , o feromônio espalhou-se .
Enquanto tentava se distrair com a costura daquela calça já gasta em seu corpo,
o motorista do ônibus comemorava fazendo roleta russa com aquelas vidas.
a cada esquina,em cada girada no guidão.
Era festa alemã.
Arianos e hermanos pulavam de alegria ao desespero.
Choro, sexo, gritaria, histeria, e muita tristeza no ar.
Era puta saindo pelo ladrão e ela ali se masturbando para si mesma fazendo o papel de Dama do Lotação…
ninguém percebeu, mas as suas bochechas mudaram de tom.
Estavam róseas.
Nações em sua cidade eram o poder da fudelança e da embriaguez.
O Alcóol é o rei a empestear as ruas.
Somos um bordel:Ulala Bordel.
No meio do caminho naquele veículo não sabia porque se lembrou do Bar Esperança
e de como Copa ( a cabana, não a da Fifa) é cheia de inferninhos meio Bar Esperança.
Ela queria ser desconhecida e entrar em um deles e tirar a roupa,
mas era conhecidinha demais em todos os lugares do planeta e não sabia porque.
Estava molhada a esta altura, masturbando-se na frente de todos,
sentadinha no canto da janela, na sua, sozinha.
Todos estavam muito ocupados para percebê-la.
Faltava um cigarro para compor a cena Jean Genet…
o ônibus saiu do Posto 6 e daí passando por uma equipe de filmagem ela lembrou dele.
Lá estavam eles em plena Av Nossa Senhora filmando o cortiço que virou tudo.
Ela tocou-se olhando as fotos dele.
havia uma mistura de vergonha
e vontades de guria…
não houve palavras, nem imagens.
Apenas vontades…
Ali naquele momento no ônibus bastou.
O seu sexo encontrava-se fragilizado tanto quanto
a sua mente e coração.
Ela levantou-se,afastou a costura na frente de todos,
rapidamente e de forma máscula ( parecia um menino incomodado).
Foda-se! Ela pensou…
as gringas vem para cá e perdem a linha.
Amigos dela taxistas lhe contaram histórias bizarras de mulheres pagando boquete por um TX…
naquele momento, o que os outros faziam de errado tornou-se a desculpa de alguém criado sob a doutrina católica.
"Já que fazem pior, então tá..."
era ela, a sua calça, a costura e o céu por testemunha.
Ninguém mais.Agiu com discrição
"Saltou saltitante do ônibus”.
Magrela,esquisita,do narigão,
bocão,pezão,peitinho durinho.
Faróis acesos.Longos cabelos.
Estranhíssima.
Se olhou num espelho de vitrine maresia.
Chegou à conclusão que de bela não tinha nada,
contentou-se com o grau Exótica.
Sorriu para si mesma com a nomenclatura designada no meio da rua,
e saiu andando contente com ela.
Ria sozinha da situação.
Os Deuses não a terminaram e ela era um esboço.
Ela era o conjunto de obra inacabado.
Os Deuses mixaram muitas raças naquela moça.
Ele quis colocar demais e de menos.8 e 80 ,
bipolaridade,intensidade,mínimo e máximo.
ela se olhou de novo por inteiro já que não tinha espelho em casa
e percebeu que era legalzinha para a sua idade.
Afinal, nunca tinha se cuidado ...
Ajeitou a calça no meio das pernas novamente,
andou de cabelos presos para obter mais respeito nas ruas.
Andar militar, rebolativo e olhar muçulmano.
Olhos mirando o chão como se pedisse desculpas ao mundo pela cara de sacana.
Olhou de novo no espelho e sorriu sozinha.
Gostou de si assim.
Como alguém lhe disse um dia: "Drama Queen"…
end
S.F.

dedicado a um certo Hopper Samambaia... :) 

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