Dino Valls |
Perseu Intocável
Ali naquela estrutura Matrix de cidade,
encontrou em seu mundo rara amizade.
Cumplicidade roots.
Conheceu um ser intrigante e forte.
Ela se via rindo de suas colocações.
Ele foi o primeiro ali que seguiu.
Que estranho isto...
não era sina, foi pelo humor.
Nunca o viu mas sentiu.
A personalidade lhe interessou.
Humor bravateiro e conversas mil.
Conversas sobre nada mas ali existia algo.
Sentiu sua melancolia escondida,
uma tristeza aparente enrustida naquele gigante.
Intocável Perseu. Conivente e justo.
A sua paciência chegava a ser surreal.
Amigo de inteligência provocante.
Docilidade de um merengue que saboreou.
Suspiros mil.
Nunca o viu ou irá e esta é a verdade.
Tudo acaba quando desliga-se a máquina.
Há desejos, rodeios, vontades que passam.
Aqueles lábios carnudos pixelados que mexeram
com o seu imaginário e a proteção que sentia.
Não havia explicação racional.
Existia ali um fidedigno lastro da dominância e
ela reconheceu.
Existia nela a vontade única de lhe abraçar
e somente abraçar.Nada mais.
Ser abraçada por um universo de dores
e superações.
Existia nela a vontade de beijá-lo inteiro.
Ficar no silêncio e sentir o seu coração batendo.
Tocar a sua alma e o seu corpo.
Não é possível, nunca será.
Existia nela a vontade de sentir aquele cheiro,
lamber o suor e se resignar.
Tocar a sua pele de forma atípica,
massageá-lo por inteiro.
Pétalas de rosas brancas, aromas,
velas e véus.
Auto-estima e a capacidade de parar o tempo.
Utilizaria-se a linguagem dos Deuses
e não a dos homens.
Afinal tratava-se do guerreiro Perseu.
Ela apenas sentiu vontade de beijá-lo descompassadamente.
Não vai dar, não vai rolar.
Afinal quem ela era?
Uma conta, alguém digna de comiseração
ou que ele apenas sentiu que poderia confiar.
Sentiu pena sei lá.
Alguém que enredada em tristezas
e por um lamento quer morar em um convento.
Ela é um invento imaginário do passatempo noturno.
Mistura de diálogos monossilábicos com curiosidade.
Jogo de sedução letrada mas mesmo assim,
mesmo assim, existia nele uma tristeza atraente.
Delicadeza feminina por complacência.
Não vai dar, não vai rolar.
Nada importa.Fecha-se a porta.
Tudo acaba quando desliga-se a máquina.
Desliga-se o cérebro, desliga-se tudo.
Desliga-se.É vital quando se começa
a sentir mais que o necessário.
Somos "Strangers in the Night".
Tudo tem começo, meio e fim e
o importante nisto é saber quando
é necessário terminar o que nunca foi
e nem será...
S.F.
That's Life - Frank Sinatra
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