quinta-feira, 1 de maio de 2014

Flor de Inverno


Calcite~ "The Stone of Light" Centering, Grounding, Purification, Money, Peace, Calms Fears.



Houve um tempo há 2 anos,
que eu confiei e simpatizei com o errado,
e não ouso dizer errante.
Caí numa trama nojenta,
em um script preparado.
Uma teia que quase me matou.
O vampiro que sugava,
uma aranha que aos poucos envenenava.
Um jogador nato.
Eu o amei por indução e
não foi algo natural.
Foi arquitetado por ele.
Durou 2 anos e se foi.
Era nuvem de gafanhotos,
peste de temporada que
se abateu sobre a safra que me alimentava.
Um longo tempo se passou,
e conversei com alguém que era verdadeiro.
Eu o apelidei de "Flor de Inverno" e
nós quase ficamos amigos.
Foi por um triz que isto não aconteceu.
Este homem sensível e verdadeiro me disse
"Fotografias são mentiras bem contadas",
deduzi por mim mesma que os fotógrafos eram especialistas
em causos e mentiras.
E comecei a ser burra pela unanimidade.
Traí o Mestre Nelson Rodrigues ,
traí a mim e tentei machucar a flor.
Ele era tão nobre que não significou nada.
Eu fui reativa à sua quase presença em minha vida.
Fechei as portas antes que ele pedisse para eu abrí-las.
Ele nunca quis que eu as abrisse.
Não queria nada.
Não fazia a mínima questão de me conhecer.
Eu era um zero um nada e a história se repetiu.
Ele apenas tinha uma curiosidade em saber quem era
aquela pessoa que o tal vampiro tanto machucou.
"A ressentida sentida"...
Eu sabia que não o conheceria.
Nada consumado e  eu não queria mais sofrer.
Eu tive que ser má e
por fim fazê-lo se afastar.
Hoje, passado um tempo,
eu tenho certeza que nunca mais este homem
vai voltar a me procurar.
Sei que vou ficar só e nem vou procurar ninguém.
"Tente não sofrer com isto", ele disse...
não dá para não sofrer, eu sou humana e sofro.
Eu tenho muito amor para dar,
mas ainda posso adotar um gato.
Sofro por ser só e por ter perdido tanto tempo
com tantos homens que me fizeram mal.
Impossível eu me perdoar.
Eu cheguei  em um patamar que não há resgate.
Pensando bem, é melhor não adquirir gato nenhum.
Eu tenho que ficar só e tentar ser alguém
em outra vida.
Quanto à flor de inverno,
bem ela vai seguir o seu caminho.
Ela vai encontrar um belo vaso
para repousar e a sua sala ficará
harmônica e leve.
Repleta de pólen e luz.
A tristeza fará parte ainda de sua vida,
mas alegrias virão até o verão.
Meu Hopper Samambaia que nunca foi meu.
Foi de todos menos meu.
Foi um prazer conversar um pouco com alguém
digno, honesto e cristalino.
Eu nunca vou conhecê-lo.
Nesta vida, eu falhei por demais.
Tudo eu deixo para a próxima tentativa.
É o corpo estendido no chão de uma guria que
foi criada mimada, cresceu a contragosto.
Perdeu tudo e todos e nunca aprendeu a ouvir um não.
Quem sabe na próxima eu renasço inanimada?
Uma rocha no fundo do mar?
Quem se importa com uma mulher
que no fundo é uma porta?
S.F.
              Naquela bizarra parceria ele era a luz.
              Ele era a produção, a direção, o olhar .
              A criatividade  que conseguia extrair de alguém o lado lúdico.
              Flor de Inverno em sua solidão
              e lealdade, com a sua doçura conseguia encher
              aquele coração já cansado de vida e esperança...



























Klaus Kinski & Isabelle Adjani  Nosferatu (1979)





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